Faltam 32 dias pro Natal — ou 2.764.800 segundos, caso você queira precisão emocional — e eu já estou no modo rena turbo, completamente incapaz de falar de qualquer outro assunto.
As pessoas normais perguntam:
— “E aí, tudo bem?”
E eu respondo:
— “PAPAI NOEL TÁ VINDO, MINHA FILHA!”
Minha casa? Transformei num parque temático. Pisca-pisca na janela, na porta, no cachorro, no quadro de luz e até na geladeira — que agora toca “Noite Feliz” quando abre. Minha vizinha reclamou da claridade, e eu gentilmente sugeri que ela usasse óculos de sol temáticos. Ela não achou graça, mas o boneco inflável de 3 metros do Papai Noel na minha varanda achou sim, porque ele nunca para de sorrir.
Eu acordo ouvindo músicas natalinas. Tomo café da manhã com panetone. Vou trabalhar com um gorro de elfo. Se alguém diz “Feliz Natal adiantado”, eu respondo “Nunca é cedo demais, criatura sem espírito natalino!”.
Semana passada, o síndico pediu para eu reduzir a decoração do prédio. Reduzir. REDUZIR. Eu olhei pra ele como quem olha para o Grinch antes da redenção. Até ofereci um pedacinho de rabanada pra aliviar o coração dele. Recusou. Eu fiquei preocupado. Deve ser falta de vitamina Natalina.
O Incorformista 
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